Wednesday, March 15, 2006

Ensinar Tradução Automática

A mensagem mais importante a transmitir aos alunos de tradução no que diz respeito à Tradução Automática será fazer compreender as tarefas que o software pode e não pode realizar. É necessário mostrar como funciona, explicar o porquê das suas dificuldades, o tipo de tradução para a qual deve ser utilizada a tradução automática e quais as ferramentas informáticas alternativas assim como a sua integração no trabalho do tradutor.
Por norma, a Tradução Automática é tida como algo engraçado cujos resultados servem mais para entretenimento do leitor do que propriamente para serem tidos em conta como válidos. Perez-Ortiz e Forcada (2001) sugerem um exercício inicial onde se pede aos alunos que, no programa de Tradução Automática, traduzam uma frase (primeiro palavra por palavra, depois a frase completa). As duas traduções serão, inevitavelmente, diferentes fazendo surgir uma discussão sobre as diferenças dos resultados que poderá ajudar a compreender o grau que os sistemas de Tradução Automática conseguem atingir em termos linguísticos e de sofisticação de resultados. Por outro lado ajudará também os alunos a compreender qual o tipo de frases que mais se adequam ao sistema de Tradução Automática podendo levá-los, assim, a entrar na temática da linguagem controlada.
O que se procura, no ISCAP, é dotar os alunos com capacidades para compreender e integrar o uso da tradução automática nos tipos de trabalho mais adequados. Fazemos ver aos alunos quando e em que moldes devem usar a TA e, acima de tudo, fazer ver que se trata de mais uma ferramenta de apoio ao trabalho do tradutor e não de algo que vai substituir o tradutor fazendo todo o trabalho por ele.
Pedro Duarte

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